Relegião e Filosofias
Relegião e Filosofias

A religião e a filosofia constituem dois importantes âmbitos do raciocínio humano. Enquanto nareligião o pensamento se desenvolve a partir da interpretação de mitos, o raciocínio filosófico se ocupa com o estudo do próprio ato de pensar ("Filo-sofia" = amor a sabedoria). Ambas, no entanto, têm em comum a busca pela verdade. Para enfrentarmos a problemática do confronto entre essas duas fontes é preciso observar, a partir do estudo da história, como a todo o tempo encontramos estudos de grandes pensadores sobre filosofia e religião.

Em "O Discurso do Método", Descartes faz reflexões críticas sobre Deus, a relação entre fé e razão, e entre teologia e filosofia. "Os estudos devem ter por fim dar ao espírito uma direção que lhe permita proferir juízos sólidos e verdadeiros sobre tudo o que se apresenta". Mas, enquanto Descartes separa a fé da razão, outros pensadores entendem que a fé e a razão, na verdade, formam uma unidade, pois o espírito humano não se constitui exclusivamente de lógica e razão.

Pascal dizia que Deus é sensível ao coração, não à razão. Assim, entendia Pascal que seria possível reconhecer Deus não pelo intelecto, e sim pelo coração. O ateísmo que encontramos em Nietzsche e Sartre, por exemplo, nega a existência de Deus. Para Sartre, filósofo existencialista francês, Deus não tinha existência real. Em O ser e o Nada Sartre diz: "toda realidade humana é uma paixão... o homem se perde enquanto homem para fazer nascer Deus... o homem é uma paixão inútil".. "O homem nada mais é do que aquilo que faz de si mesmo: é esse o primeiro princípio do existencialismo. É também a isso que chamamos de subjetividade... o homem será apenas o que ele projetou ser... o homem é totalmente responsável por sua existência... o homem só existe à medida que se realiza; não é nada além do conjunto de seus atos, nada mais que sua vida... ainda que Deus existisse, nada mudaria; eis nosso ponto de vista."

Para Nietzsche, o cristianismo gerou conformismo e mediocridade. Apresenta uma nova ética para libertar o homem de sua alienação religiosa. Nietzsche proclamou "Deus está morto", propondo que fica a cargo do homem criar suas próprias regras, ao invés de obedecer àquelas da igreja católica. O conhecimento humano atual, no entanto, ainda não tem uma resposta definitiva quanto à existência ou não de Deus. O estudo sobre a influência atual do pensamento religioso sobre a nossa sociedade deve ter como objeto seu lado benéfico e positivo, bem como seus perigos. A transgressão dos valores fundamentais da religião é hoje um sério problema social. O estudo da filosofia deve ser encarado não como uma esfera autônoma de conhecimento, mas sim como instrumento para o estudo das demais áreas de atuação do conhecimento. Assim, a difusão da filosofia por todas as classes sociais, seria um meio de se proteger os valores verdadeiros da religião de falsos pastores, na medida em que o estudo da filosofia auxilia na construção de uma visão critica e interpretativa.

 

Maria Teresa Saldanha

                      

Partilhe esta Página




Total de visitas: 10499